Sexta-feira, 19 de dezembro, abri os olhos. Pensei: "hoje
é último dia antes do recesso de 15 dias
que terei para descansar e dar boas vindas ao novo ano". Tento fazer uma lista mental do que ainda
está pendente e lembro-me, entre outras coisas, do blog. Estamos no meio da
retrospectiva dos Movimentos que marcaram o ano e que irão se fortalecer daqui
para frente. "Estou atrasada com isso", é a minha conclusão óbvia. Abro o computador e vejo na
planilha que deveria escrever hoje o último texto da restrospectiva, mas com a
semana intensa que tive ainda restam 3 textos. Bom...vamos lá, mãos na massa para fazer o que é possível. Passo
o olho no último tema que abordei e procuro o próximo:
12/12:
A MULHER DESEJA MAIS LEVEZA E DIVERSÃO NA SUA VIDA
(aqui
tem duas histórias muito interessantes sobre mulheres que trabalham muito e
estão exercitando se desconectar por alguns períodos)
Dou risada e penso: “casa de ferreiro, espeto de pau”. O
tema me pega em cheio, afinal, no meio da correria que está sendo a minha vida ultimamente, tenho que escrever sobre a mulher, leveza e diversão. Como demonstrado acima, sempre incluo links de histórias e referências que vou coletando no dia a dia e que me ajudam a fazer uma linha de raciocínio sobre o assunto na hora de
escrever. Vejo a observação que fiz sobre a história de duas executivas
poderosas que aconselham mulheres a se desconectar por alguns
períodos. Fui reler o texto para lembrar do que se trata. É bacana e cheio de referências interessantes - se você quiser saber mais a respeito é só clicar aqui, pois vou me ater apenas a conclusão que fiz
assim que acabei de ler: "o que essas mulheres estão dizendo é que nós não
precisamos nos mudar para uma montanha no Himalaia, deixar nossas vidas, nossa
hiperatividade, nosso jeito multitarefas de ser, para encontrarmos o
equilíbrio. Mas nós precisamos sim, encontrar uma brecha dentro da nossa rotina
para respirar fundo e se desconectar - nem que signifique exatos 5
minutos por dias".
Muito se fala em meditação e eu a pratico há décadas. Já
experimentei diversas linhas, tipos e métodos, mas não encontrei, até hoje, método melhor do que simplesmente sentar (no chão de preferência) fechar os olhos e respirar. Oxigenar o seu corpo durante algumas respirações
profundas. Não....a sua mente não vai te deixar em paz porque você está sentada
e respirando. Você não vai parar de pensar em tudo que precisa fazer, nos
problemas a resolver, nos dilemas a enfrentar. Eles simplesmente continuarão
ali te desafiando.
Uma sábia senhora me ensinou um truque para conviver em paz com a mente nos
momentos de meditação. É assim: os pensamentos virão, portanto não lute uma
batalha já perdida. Acolher é melhor. Mas não os retenha. Imagine que são
passarinhos vindo até o comedouro – que é a sua cabeça – pegam um pouco de
alpiste e vão embora. Isso...parece maluco, mas eu alimento meus pensamentos
com alpistes imaginários e eles desaparecem por um tempo. Isso me traz leveza, claro, minimiza a ansiedade, mas, principalmente aquieta a alma e me dá a certeza de que, por mais atarefada que eu esteja, tudo
vai dar certo se eu continuar a ser quem eu realmente sou.
Pronto, falei da leveza. Mas e a diversão? Bem....isso já é
mais complicado. Esta semana fui a formatura do meu filho (o meu “bebê já é um universitário”), mas isso é outra história.
Entre uma emoção e outra fiz um post no facebook sobre
algo que aconteceu durante a cerimônia e reproduzo abaixo:
Sobre o
discurso foi assim: 4 alunos foram escolhidos pelos colegas para serem oradores
das duas turmas de formandos do 3o ano. Três meninas e um menino, o Pedro. Sou
testemunha: ele escreveu o texto, leu para mim, lapidou tudo com as meninas.
Hoje antes de sair de casa pediu para eu imprimir para ele se preparar, dar uma
lida antes. Bem....eu imprimi, mas ele esqueceu o texto em casa. Quando
chegamos na escola, lá estavam as meninas concentradas, ensaiando suas
palavras. O Pedro já tinha desencanado. Momento da verdade: os quatro subiram
ao palco. O Pe foi o primeiro a falar. Não conseguia ler, começou a fazer umas
piadinhas para engrenar, resolveu ir de improviso mesmo, falou uma dúzia de
coisinhas engraçadas, deu uma zoada nos amigos, caiu todo mundo na risada. E as
meninas? Textos impecáveis, com citações inteligentíssimas, lições incríveis de
maturidade. Compenetradas, firmes, seguras....a platéia ouvindo, mas já meio
dispersos todos! Resumindo: meninos, levando a vida a sério, mas nem tanto,
tiram boas risadas do público. Já as meninas...sérias, concentradas, focadas....nem tanto!
As meninas a que me refiro, amigas do meu filho e que frequentam a minha
casa, são exatamente como eu, você , sua mãe e mais uma geração infinita de
mulheres. A seriedade é a tônica da nossa vida, então, diversão é quase um pecado. Torna-se um desejo da alma. Mas também é um exercício, como o da
meditação.
Eu, consciente disso, estou aqui negociando comigo mesma para, pela
primeira vez, tirar estes dias de descanso que começam amanhã, para valer. Isso
significa não fazer almoços enormes na casa da praia, não inventar modas como
levar todos os meus sobrinhos para passear no “banana boat” da vez. Não ir nem
ao supermercado. Apenas sombra, água fresca, boas risadas na companhia das
pessoas que mais amo: minha família e amigos do coração.
Se existisse um gênio
da lâmpada e ele aparecesse agora para mim era só o que pediria.
Gastaria todos os meus três desejos fazendo este único e genuíno pedido:
sejamos leves e
divertidas em 2015. Que assim se faça!